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Clima festivo entre torcedores dá lugar à revolta e confusão

A torcida do Fluminense não quer ficar de fora da disputa do título mais importante do clube, em jogo contra o LDU, no dia 2 de julho. Inúmeros tricolores já tamavam conta das calçadas da sede das Laranjeiras desde às 5h da tarde de sexta-feira. A venda dos bilhetes, iniciadas às 8 da manhã deste sábado, no entanto, pôs fim ao clima de festa que tomava conta do local e deu lugar a uma enorme confusão. Com o anúncio da diretoria de que, em menos de quatro horas, já não havia mais ingressos para a partida, os tricolores iniciaram um protesto. A intervenção da polícia, abusiva, causou pânico no local, repleto de crianças, idosos, entre outros milhares de torcedores comuns.



A fila era gigantesca, mas a organização quase nula. Sem a presença da polícia até o meio-dia, os próprios tricolores, em multirão, tentavam evitar a ação dos cambistas e organizar a fila que, na madrugada, já passava da Rua Pinheiro Machado, seguia pela Álvaro Chaves e, dobrando na Rua das Laranjeiras, ia até o bairro do Cosme Velho, com milhares de pessoas.



Polícia utiliza bombas de efeito moral e balas de borracha para conter torcedores



A confusão maior, no entanto, começou após a diretoria anunciar o fim dos ingressos para todos os setores do Maracanã. A torcida, revoltada, iniciou um protesto em frente à entrada social do clube e, minutos depois, cerca de 20 homens do batalhão de choque da Polícia Militar invadiram o local para tentar dispersar os torcedores. Bombas de efeito moral foram lançadas, e tiros de balas de borracha causaram enorme pânico entre crianças e idosos, criando um caos na região.



- Cheguei na fila 3h30m. Quando falaram que tinham acabado (os ingressos), comecei a chorar. O pessoal, revoltado, começou a tacar garrafa para dentro do clube. A polícia respondeu com bomba e spray de pimenta, empesteou tudo, eu não parava de tossir. Isso é muito triste para mim. Ajudo o time o ano todo indo aos jogos, só compro produtos oficiais. Quando eu preciso, é isso que eu ganho? - reclama, inconsolável, a tricolor Bruna Araújo, de 23 anos.

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