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Michael Jackson, o show que nunca foi – This is it

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Não há dúvida que mais que um filme, este é um caça níqueis. Na verdade, sua única razão de existir é diminuir os prejuízos ocasionados pelo falecimento inesperado e sem sentido de Michael Jackson, poucas semanas antes de sua estreia e turnê mundial já esgotada (já pensaram no dinheiro que perderam , mesmo com seguro!?).

Não tem nem mais sentido ficar martelando o que todo mundo já sabe. O importante é que este filme show estreia no mundo todo nesta quarta-feira e tem prometido ficar apenas duas semanas em cartaz em poucas salas (sua pré estreia também foi simultânea em todo o mundo, coincidindo com o horário em Los Angeles, ou seja fui ver o filme às onze da noite, numa sala bastante cheia mas morna, com algumas palmas ao final. Teria dado mais certo se tivessem chamado alguns fãs mais ardorosos de MJ (como eh chamado no filme), até mesmo vestidos como ele.

Mas finalmente a boa noticia: o filme é bem melhor do que parecia, bem realizado, profissional (ainda mais se considerando que utilizou material que foi registrado como documento ou para making of, sem intenção de mais tarde virar um longa metragem). Ou seja, os fãs não vão se decepcionar. Nem a imagem de Michael sairá manchada.

É verdade que muitas vezes ele diz que prefere poupar a voz porque precisa aquecê-la (teve momentos que eu fiquei com a suspeita de que houve uma dublagem ou um mix qualquer para acentuá-la na pós produção).

Não acontece aquilo que diz a frase de publicidade, a chamada que fala que você vai conhecer um homem que desconhecia. Não há nenhum momento revelador ou inédito ou surpreendente. Michael se comporta como uma criança-velha, um crianção muito educado, muito informado (sabe de tudo o que quer e deseja, qual o melhor efeito, reclama com muita educação e por sua vez é tratado com todo o respeito, inclusive sendo chamado de “senhor”). Mas parece uma figura doce, suave, mesmo encantadora.

Fiquei impressionado também com o coreografo, diretor do filme e do show, Kenny Ortega, que atualmente é o mais importante dos EUA depois dos sucessos de HIgh School Musical, que soube conduzir ao êxito (seu curriculum é incrível e inclui Dirty Dancing, o desfile de Curtindo a Vida Adoidado, o show de Hannah Montana, e até mesmo Xanadu e agora o novo filme de Footloose). Ele me pareceu mais velho que esperava, mais sério, mas super competente. O incrível é que, pela amostra (o filme não mostra o final previsto, que pelo jeito não chegou a ser completado), o show seria realmente espetacular, mas tem grandes sacadas, utilizando cenas de filmes. Por exemplo, o Thriller passou a ser em 3D (na cópia que eu vi era normal) e muito mais moderno visualmente. Há uma sequência muito legal em que Michael vive seus sonhos de cinema e filme de gangster participando do strip tease de Rita Hayworth, em Gilda (ele que pega a luva dela), depois sendo perseguido por Bogart e Edward G. Robinson. Tudo muito convincente.

Há outra música com efeitos digitais onde milhares de soldados parecem marchar, outra que usa um fundo de projeção com os bailarinos como operários da construção civil (por sinal, os dançarinos são excepcionais, vibrantes e o filme começa com uma seleção a la Chorus Line, infelizmente curta).E MJ não esconde o prazer que sente quando sai montado numa grua por cima da plateia, feliz como uma criança. E o ponto forte é uma canção onde denuncia a devastação do planeta, lamenta a destruição da floresta amazônica (por alguma razão, não traduziram Amazônia nas legendas) e deixa uma mensagem forte ecológica (que por sinal ele repete depois no final do filme que mostra o congraçamento de todo elenco e equipe, naquela roda energética tradicional do teatro e de shows).

Não me peçam os nomes das canções porque não as conheço todas e só cantarolo as mais celebres. Mas isso só me deixa ainda mais a vontade para lamentar que o show nunca pudesse ter sido apresentado, porque sem dúvida seria sensacional. Michael não parece cansado, doente, ou especialmente frágil (embora esteja muito magro, com pernas finas). Mas não acho que o filme deva ser visto por curiosidade mórbida porque irão se frustrar. No final das contas, acaba sendo um registro histórico importante e que só engrandece a figura já mítica.

Fonte: R7 Portal da Rede Record.

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