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Ney Matogrosso fala sobre Bandido da Luz Vermelha

2009 foi um ano bem agitado para Ney Matogrosso. Com uma turnê onde retoma seu estilo excêntrico, "Inclassificáveis" é, talvez, um dos shows mais bem sucedidos do cantor, e já foi visto por milhares de espectadores.

Como recompensa, Ney foi agraciado, no mês anterior, com o Prêmio Shell de Música Brasileira, se consagrando como um grande intérprete.

Aos 68 anos, recém completados no dia 1 de agosto, o "Camaleão" aposta em uma nova fase: a do cinema.

"Cinema é barra pesada, são 12 horas de trabalho por dia. Mas tudo bem, eu sei que é assim", revelou.

Sua experiência como ator não é muito vasta. Com participação em dois curtas-metragens e apenas um longa, Ney recebeu o convite para viver famoso Bandido da Luz Vermelha e, apesar de tamanha responsabilidade, aceitou na hora.

"Aceitei imediatamente, porque cinema é uma coisa que me interessa. Mas depois fiquei preocupado, por se tratar de um filme que é uma referência no país", contou.

Clássico de 1968, "O Bandido da Luz Vermelha", de Rogério Scarzella, se tornou um marco da contracultura brasileira. Antes de morrer, Rogério deixou o roteiro de uma possível continuação do filme, que foi assumido por sua esposa, Helena Ignez, que participou do filme de 68, e também atua nessa continuação.

Em entrevista para a revista "Veja", Ney revelou detalhes da sua experiência com o cinema. "É um exercício de contenção, está tudo aqui no rosto, está tudo no olhar. Na hora que fala 'filmando', dá uma coisa que corre pelo corpo. É muita responsabilidade, porque cinema é uma arte cara. Não pode errar, tem de fazer o melhor, o mais rápido possível, para não ficar repetindo e não gastar tanto", disse.

Para a composição do bandido, que foi baseado na história de João Acácio Pereira da Costa, o verdadeiro Luz Vermelha, Ney precisou adotar alguns macetes para seu personagem. "Eu entendi que o Bandido era uma pessoa que estava presa fazia trinta anos. Que andaria meio arrastado, meio duro. Esses pequenos toques foram me ajudando. Como a questão da minha voz: me pediram para falar o mais grave possível, o que para mim é difícil, mas baixei o tom o mais que pude", disse.

O cantor também teve que gravar uma cena em que fica nu diante das câmeras. Mesmo acostumado a se apresentar com pouquíssima roupa nos palcos, Ney considera a cena dispensável. "Acho que é uma coisa que vai chamar muita a atenção, vai tirar o foco do personagem. A nudez está muito banalizada. Quando eu ficava nu, era proibido homem aparecer nu. Era uma atitude diante daquela situação de repressão dos anos 1970. Mas hoje não é atitude diante de nada", declarou.

Previsto para estrear em 2010, "Luz nas Trevas – A Volta do Bandido da Luz Vermelha" já vem causando ansiedade desde o lançamento de um vídeo promocional que caiu na internet nos últimos dias. Até lá, os fãs do intérprete aguardam outra novidade, o lançamento de um novo cd da carreira de Ney Matogrosso para o mês de setembro: "Beijo Bandido" que, revela o cantor, nada tem a ver com sua participação no filme.

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