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Ator festeja atuação em "Ciranda de Pedra"


Com informações de Márcio Maio.

Às vésperas do fim de Ciranda de Pedra, Domingos Meira não poderia fazer um balanço melhor de seu Alberto na novela. O ator respira aliviado por ter conseguido diferenciar o atual trabalho do que foi feito em JK, estréia dele na emissora. Isso porque, em ambas produções, a época retratada era a dos anos 50. "Aproveitei muito da minissérie na composição e me toquei que precisava diferenciar os dois personagens. O humor e essa participação maior no núcleo do vilão Natércio me ajudaram bastante nisso", avalia.

Para personalizar os dois trabalhos, Domingos aproveitou a atividade de advogado de Alberto. Conversou com amigos da área e tentou retratar o cotidiano de um jovem de família rica e tradicional que não precisou batalhar para conseguir o que queria. "Sou um ator que nasceu em uma família de médicos. Nunca soube o que é ter vida fácil", explica. Além disso, o tom de comédia dado pela dificuldade de Alberto na hora de se relacionar com as mulheres serviu para aumentar o destaque do personagem na trama. Sem estereotipá-lo. "Aos poucos, o lado advogado aflorou mais e pude dar nuances diferentes às cenas que recebia", valoriza.

Aos 30 anos, Domingos já coleciona inúmeros trabalhos como ator em 20 anos de carreira. Mas, a maior parte deles, nos filmes alternativos que produziu ao lado dos amigos inseparáveis Paulo Furtado, Marcos Mendes e Evandro Ambrósio. Desde 1994 o grupo se reúne para idealizar, filmar, editar e decidir a trilha sonora dos vídeos. "Primeiro a gente editava filmando da própria TV. Depois conseguimos dois vídeos cassetes. Às vezes contávamos com patrocínio, usado para pagar um homem que filmava casamentos para editá-los numa ilha tosca que ele tinha em casa", lembra o ator, às gargalhadas.

Foram esses filmes que o levaram a estrear na TV. Em 2004, conseguiu um teste para a novela Metamorphoses, da Record, e impressionou a equipe não só com a atuação, mas também com o currículo. "A Tizuka Yamasaki mandou me contratarem quando viu que eu fazia filmes com R$ 500 em Botucatu", explica. Depois do fracasso da novela, que dava traço no Ibope, Domingos fez teste na Globo e no SBT. Precisou decidir entre uma vaga na Oficina de Atores da Globo e um papel de destaque em Esmeralda. Optou pela segunda. "O SBT me queria para trabalhar. Eu não tinha grana para me manter quatro meses estudando no Rio", lamenta.

A experiência no SBT não foi tão agradável. Na história, Graziela, de Karina Barum, ficava dividida entre o amor de um peão e a segurança de um casamento com Daniel, um empresário honesto, rico e apaixonado por ela, papel de Domingos. "O problema é que na versão original o Daniel era gordo, baixinho e bem mais velho", lembra, completando que, aos 26 anos na época, estava em boa forma física. "O papel não se encaixava no meu perfil. A escolha dela tinha perdido perdeu a lógica", critica. No mesmo ano, em 2005, foi chamado novamente para a Oficina e, antes mesmo do término, foi convidado para fazer o comunista Sérgio de JK. A boa repercussão de sua atuação garantiu um contrato de três anos na emissora e um papel em Páginas da Vida. "Senti que ali, finalmente, minha sorte tinha mudado", brinca o ator, que é contratado até 2009.

Mas, por pouco, não perdeu a oportunidade de se destacar na pele do modelo vivo Ulisses da trama de Manoel Carlos. Seu personagem posava pelado para a professora Diana, de Louise Cardoso. E, para isso, Domingos ficava mais de três horas parado, na mesma posição. Na época, sofreu um acidente jogando pingue-pongue e recebeu recomendações médicas para operar o joelho. Não cumpriu. "Nem avisei ninguém. Ficava imóvel o dia inteiro e, quando entrava no Projac, tirava o imobilizador e me segurava na mesma posição. Não queria perder o papel", justifica.

O esforço valeu a pena. Em seu quarto trabalho na Globo - Domingos também participou de Queridos Amigos -, o ator reconhece que, apesar de papéis pequenos na emissora, conseguiu visibilidade em todos. E espera poder, em breve, ingressar em outra produção. "Descansar é bom, mas não preciso de mais do que um mês para isso", avisa, torcendo para entrar em novas produções.

Ciranda de Pedra - Globo - Segunda a sábado, às 18h.

Créditos: TV Press

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