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"Minha vida nunca foi um mar de rosas"

O estilista especializado em vestidos de noiva, Ronaldo Esper, nasceu em Jacareí, mas passou uma pequena parte de sua adolescência na cidade de Taubaté, no interior do estado de São Paulo. Desde garoto, Ronaldo Esper descobriu que tinha muita habilidade para desenhar, mas nunca freqüentou escolas de arte.

O estilista completou 41 anos de carreira e lembra que despertou o gosto pela alta costura ainda muito jovem. Esper lembra que sua mãe costumava comprar algumas revistas e jornais de moda. Em 1963, o estilista prestou vestibular para cursar Filosofia e passou na USP (Universidade de São Paulo).

Esper sempre acreditou que a carreira de Filosofia seria muito importante para que ele pudesse se tornar um verdadeiro crítico de arte. Na década de 60 resolveu montar um ateliê, mas nessa época tudo era mais difícil, até porque as melhores casas tinham os melhores profissionais. Depois de alguns anos o estilista fechou o ateliê e foi embora para Europa, e lá ficou por três anos. E quando retornou para o Brasil abriu novamente um novo ateliê de costura e descobriu que o negócio seria trabalhar com noivas. Atualmente, Ronaldo Esper aparece na telinha com o quadro “Agulhadas” no "SuperPop", da Rede TV!.

Confira a seguir a entrevista exclusiva de Ronaldo Esper ao Famosidades

Famosidades - Você teve que abrir mão de seu ateliê quando foi trabalhar na televisão?

Ronaldo Esper - Na verdade, eu nunca deixei o meu ateliê. Ele sempre funcionou. A única coisa diferença é que saímos do local que ficava na Avenida Rebouças, e voltamos para o antigo ateliê, em que estamos hoje, na rua Frei Caneca, em São Paulo. Aliás, da onde nunca deveríamos ter saído, porque aqui sempre teve um funcionamento muito melhor, além de ser um grande sucesso. Graças a Deus voltei para cá. Então, resumindo, eu continuo trabalhando no ateliê e na TV.

Aparecer na revista “G Magazine” foi uma surpresa?

Tudo isso foi uma grande brincadeira que deu certo. Eu fui convidado pela revista “G Magazine” para participar da sessão de entrevistas. Fui falar sobre as “agulhadas” que costumo dar nas celebridades, e no final de tudo, eu falei brincando: “Agora eu vou tirar a roupa”. E a produção da revista concordou. Foi tudo muito profissional, porque eles trabalham com nu explícito, mas no meu caso, foi apenas nu artístico.

Você se considera o estilista mais famoso do Brasil? Por quê?

Na atual conjuntura, sim. A minha casa de costura está aberta há 45 anos, funciona perfeitamente bem, é uma firma aberta, trabalho com 18 funcionários. Não é para qualquer um. Minha vida nunca foi um mar de rosas, por isso me considero o estilista mais famoso, mas na minha época as coisas eram mais fáceis. Hoje em dia, a situação não é muito favorável para quem quer se lançar em qualquer carreira, é muito mais difícil de se estabelecer, até mesmo por conta da situação atual do mundo e das diversas crises financeiras. Os estilistas Glória Coelho e Carlos Miele são exemplos de profissionais que admiro muito. São bastante competentes e sempre batalharam bastante no decorrer de suas carreiras.

Por conta das “agulhadas”, você tem recebido muitos processos?

Primeiro de tudo, conseguir o quadro das “Agulhadas” foi uma grande surpresa que deu certo. É o quadro de maior audiência do “SuperPop”, da Rede TV, apresentado por Luciana Gimenez. Eu estou muito feliz nessa emissora, o diretor me dá total liberdade para apresentar o quadro do meu jeito. Já renovei o meu contrato. As pessoas que eu costumo “alfinetar”, encaram com bastante bom humor e ninguém nunca me processou. Apenas a Zilú Camargo, que entrou com um processo contra mim, mas foi recusado.

Como você encarou toda a situação que envolvia o sumiço dos vasos do cemitério?

Esse caso já foi absolvido. Não roubei esses vasos de ninguém. Eles não tinham um dono e não estavam em nenhum túmulo.

Existem boatos de que você seria nome forte para candidato a Secretaria da Cultura. O que tem de verdade?

Só não me candidatei antes para Secretário da Cultura, porque teria que ficar 90 dias afastado da televisão, o que para mim é muito tempo. Vou começar a estudar a proposta para me candidatar a Deputado Estadual pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). O partido já está muito antiquado, já está muito desgastado e precisa urgente de uma renovação em seu candidatos. Fui convidado por todos os partidos, menos pelo PT (Partido dos Trabalhadores). Se eu conseguir me eleger, pretendo fazer algumas mudanças e trabalhar muito. Quero transformar São Paulo na capital da moda. Tenho diversos projetos para os homossexuais, mas nada de concreto ainda, estou estudando. Pretendo criar escolas profissionalizantes de costureiras e tentar arrancar o preconceito que ainda existe com esse setor. Por exemplo, uma moça que prefere ser recepcionista a ser uma costureira profissional, e talvez um dia ser capaz de abrir o seu próprio ateliê.

O que você acha desse novo conceito de “candidato-celebridade”?

No meu caso, eu não tinha a intenção de me candidatar, fui convidado, mas eu acredito que, não é só porque uma pessoa é famosa que ela vai conseguir se eleger, isso é uma ilusão. Nem sempre esse “candidato-celebridade” tem condições de seguir na carreira política, precisa de muito estudo e conhecimento avançado do setor no qual quer trabalhar.

Você sempre sonhou em ser estilista?

Quando estava no primário, criei meu primeiro modelo. Desenhava nos cadernos. E quando minha mãe ia para a costureira, eu sempre acompanhava. Sempre sonhei em ser estilista. Comecei aos 17 anos na casa Vogue, que antigamente era Daslu.

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