feature slider

dailyvideo

"Não me vejo como celebridade"

Rafael Cortez não pára um segundo. Enquanto dava entrevista ao Famosidades, o repórter do programa "Custe o que Custar", da Band, se dirigia para o ensaio fotográfico de uma revista, parou na emissora para pegar a sua indumentária, um terno preto, e ainda gravou uma chamada para o "CQCteste".

A conversa é claro, foi interrompida algumas vezes, mas nada que tirasse o bom humor desse paulista de 32 anos. Durante o bate-papo, Rafael Cortez, que atualmente está solteiro, falou da vida, da fama, do "CQC" e ainda fez algumas revelações. Como por exemplo, que em 2005, um ano depois de se formar em jornalismo pela PUC, queria morar em Florianópolis em busca de uma melhor qualidade de vida.

Disse ainda que seu passado o condena! O ator, produtor, músico e jornalista confessou que já fez muitas loucuras na carreira, como ter sido paquito de um programa trash da década de 90, lembrança que lhe causa muitas risadas até hoje. Ao longo da conversa, Cortez ainda revelou que além de fãs, micos e realizações, ele coleciona ídolos na carreira de jornalista e cita com carinho os nomes de Boris Casoy, Mino Carta, Assis Chateaubriand e claro, Marcelo Tas, como algumas figuras emblemáticas que norteiam sua caminhada de repórter. Inquieto assumido, Rafael Cortez também é bastante versátil na carreira. Desde a estréia no "CQC", o ex-produtor já entrevistou Chefes de Estado, estrelas de Hollywood, banqueiros fugitivos e até João Gilberto, conhecido pelas raras aparições em veículos de comunicação.

A façanha inclusive, lhe rendeu vários elogios, mas nem por isso, acalmou o ímpeto do repórter. Cumprida a promessa de entrevistar o pai da MPB, Cortez mantém o tom e só muda o gênero: sonha agora ficar cara-a-cara com Maria Bethânia. E mais: quer ofertar os famosos óculos do CQC à diva da música popular brasileira. E claro: ao final do papo, Rafael respondeu a pergunta que nem o Marcelo D2 nem o João Gilberto souberam responder: qual é o segredo da batida perfeita? Confira!

Famosidades - Hoje a fama lhe trouxe várias coisas novas e inimagináveis. Porém, você sente saudades do seu tempo de pessoa “anônima”?

Rafael Cortez - Apesar do público da TV ser bem maior, eu sinto muita falta dessa troca do teatro. Para se ter uma idéia, eu passei quatro anos em cartaz com a peça "Os Saltimbancos" e nos apresentamos para mais de 35 mil pessoas. Após sua entrada no "CQC" sua vida virou de pernas pro ar. Seu orkut e seu blog ganharam uma visibilidade imensa e constam neles centenas de recados e declarações de amor de fãs de todo o Brasil.

Como você encara tudo isso? Essa fama te assusta às vezes?

Toda essa fama fascina mais do que assusta. Um exemplo disso é o alcance que o programa tem. Nem eu nem os meninos temos a real consciência da forma como chegamos às pessoas. Aqui em São Paulo é aquela manifestação mais contida, chamam a gente de "CQC."Já aí no Rio ou em outras cidades nos chamam pelo nome. Esse assédio corporal não me incomoda. Tiro fotos, dou autógrafo numa boa e nem deixei de ir à padaria ou à balada por isso. Sinceramente não me vejo como uma celebridade. Mas por outro lado, a internet me assusta e muito. Essa dependência que algumas pessoas acabam criando, seja por orkut ou pelo blog, incomoda um pouco.

No "CQC" o Rafael Cortez é o repórter xavecador, aquele que desconhece cor, credo ou idade. Você acha que por isso muita gente acaba te julgando pelo personagem? Isso te incomoda?

Essa atribuição de repórter paquerador tem o seu lado bom e ruim, como tudo no "CQC". Muitas vezes as mulheres é quem tomam a iniciativa e chegam na cara-dura mesmo. Por outro lado, essa "fama" afasta aquelas que poderiam ter um relacionamento mais sério com a gente.

Você está acostumado a ver a loucura que as fãs fazem por você. Mas e o Rafael Cortez, já fez alguma loucura por amor?

Eu namorei uma garota que tinha um ex que ainda gostava dela na época e o cara a perseguia. Só que ele era forte e malhado. Uma vez, nós estávamos em uma festa onde eu era o produtor e precisei deixá-la sozinha por um tempo. O ex então, aproveitou para começar a dar em cima dela na maior cara-de-pau. Só que mesmo de longe, eu via toda a movimentação dos dois e a reação de repulsa dela. Aí teve uma hora que eu não agüentei e fui lá tomar satisfação com o cara. Bati nas costas dele e falei: “Escuta aqui, você está cantando a minha namorada? Não está vendo que ela está comigo?”Então o cara falou: “Vamos resolver isso agora!” A coisa ia ficar feia, mas aí me bateu o bom senso e eu falei: “Poxa cara, agora ela está em outra. Esquece isso, vamos sentar que eu te pago um drinque.” Ele ficou tão surpreso com a minha reação que me pediu mil desculpas e no final tudo acabou bem.

Você é membro vitalício do clube dos que perdem o amigo, mas não perdem a piada. Porém são apenas as celebridades que são alvos do seu bom humor ou seus amigos também já vestiram as saias justas assinadas pelo Rafael Cortez?

(Risos)Tem uma amiga minha que teve um relacionamento de cerca de dois anos com um outro amigo nosso. Mas o namoro não deu certo, cada um foi pro seu lado e eles nunca mais se viram. Só que há cerca de três meses, eu fui para a “Flip” em Paraty e coincidentemente, a encontrei lá durante o dia e com ele, à noite. Os dois não sabiam da presença um do outro. Mas foi então que a galera toda se encontrou e pintou o maior clima chato. Eu então falei: “Pois é, todo mundo aqui reunido: as pessoas gratas e as não gratas. Vamos todos tirar fotos juntos e felizes: as pessoas gratas e as não gratas!” Só que a minha amiga não gostou nem um pouco da brincadeira e foi embora brava comigo. Nos encontramos tempos depois e ela ainda estava chateada. Pedi desculpas e aleguei que foi só uma brincadeira, mas ainda levei um puxão de orelha dela.

Além das matérias externas, você está à frente do famoso quadro que testa o Coeficiente de Inteligência (Q.I) das celebridades: o "CQTeste." Muitos artistas já se viram em maus lençóis com as perguntas capciosas da produção e mostraram que apagaram de vez da memória, os tempos de colégio. Mas e você Rafael, foi um bom aluno na escola?

Quando eu era criança sempre fui bom aluno, estudava mesmo, ganhei vários prêmios na época. Mas quando eu me tornei um adolescente, chutei o balde mesmo e só colava, não queria saber dos livros.

Quando vocês abordam certas celebridades elas perguntam: “É o programa do Marcelo Tas?” e geralmente mandam um beijo para ele, a se tornam mais abertas para a entrevista. Você acha que se o Tas não estivesse à frente do programa, haveria uma resistência maior por parte de alguns artistas?

O Tas é uma referência profissional. O embasamento moral que ele tem me faz querer chegar aos 48 anos como ele: um cara ético, que sabe amarrar as relações e que tem uma reputação invejável. Por isso é uma honra ouvir dos entrevistados: “É o programa do Marcelo Tas?” Não teve ninguém que falasse de forma depreciativa dele. Não imagino outro a não ser ele no centro da bancada.

Em várias entrevistas vocês sempre afirmam que o sucesso do Custe o que Custar não pode ser atribuído a um ou a outro em particular, mas é um mérito de todos. Nesse caso, você acha que 50 cabeças pensam melhor que uma?

"A produção é a chave do programa. Cada membro da equipe se completa. Desde a pauteira que é uma pessoa incrível e que eu admiro, passando por todos. Cada um com uma história diferente, mas com a mesma vontade e falando a mesma língua. Por isso que dá certo."

Você já falou com líderes de Estado, galãs de Hollywood e até com o João Gilberto. Tem alguma personalidade que te faz pensar: “Poxa, eu tenho que entregar os óculos do CQC pra essa pessoa”?

Eu quero muito falar com a Bethânia. Além de ser uma referência musical, ela é pra mim a última diva viva da MPB. Quem o ouve reverenciar a filha de dona Canô, nem imagina o que o nome "Nara Leão" pode lhe causar. Todos que acompanham sua carreira sabem que é fã assumido da cantora capixaba.

Mas e se o repórter do CQC pudesse fazer uma pergunta para a Nara, se esta ainda estivesse viva, qual seria?

Acho que eu perguntaria: “por que você é assim”? Daí emendaria: “tão doce, tão musa, tão Nara?" Como surgiu o bordão “Viva!”? (Risos) Ele veio da época em que eu interpretava o “Ben Silver”, um personagem da peça “Made in Brasil” que foi uma adaptação de “Roda Viva”, do Chico Buarque. Na peça, eu falava esse bordão. Daí um belo dia, eu resolvi falar isso durante uma matéria, repeti em outra e mais outra. Quando eu vi, as pessoas já estavam falando e pegou.

O programa realizou a cobertura das eleições no Rio e em São Paulo e levou até o Marco Luque para as ruas. Você já tinha feito a cobertura jornalística de alguma eleição ou essa foi a sua primeira vez?

Como jornalista eu nunca tinha feito. Em 2004 fui assessor parlamentar de uma vereadora e acompanhei as eleições municipais com o olhar de um assessor. É um trabalho difícil porque as pessoas esperam muito de grandes matérias assim. Então a gente tem que estudar, se preparar antes para não fazer feio na hora. Mas foi uma experiência muito boa.

Atualmente, você está envolvido com os audiolivros de Machado de Assis. No projeto, você "emprestou" a voz a três obras do autor: "Dom Casmurro", "O Alienista" e "Memórias Póstumas de Brás Cubas." Como foi essa experiência que mesclou narração e música?

Acho que o que mais me motivou a participar foi a possibilidade de ver imortalizadas através da voz, esses clássicos da literatura. Sinto-me muito feliz em proporcionar às pessoas acesso a um conteúdo mais erudito e importante na formação de cada uma delas. Por mais que exista um certo 'oba-oba' em torno do meu nome, se uma parte do público que comprar os audiolivros se deixar enredar pela obra, será lucro. E eu me preocupo com isso já que sou um formador de opinião e tenho consciência desse papel.

Confira abaixo um rápido bate-bola com o Rafael Cortez. E, apesar de ser neutro no futebol, o moço não fez feio.

O Reginaldo faria, mas eu não: Dormir com a Beth Faria (risos)
Fico tímido quando: Respondo a perguntas como a anterior (risos)
Preciso parar: De comer strogonoffe à noite antes de dormir. Engorda.
Queria ser uma mosca para: Entrar no banheiro da Isis Valverde na hora do banho (risos).
Custe o que custar eu: Volto aos meus 78kg
Não vivo sem: Música 32 anos de muita: Labuta
Irmãos: Amigos de verdade
CQC: Grande amor
Significa: Clodovil (risos)
Microfone ou violão? Violão
Qual é o segredo da batida perfeita? Swing puro! (risos)
Inscrição que gostaria que estivesse na sua lápide: "Rafael Cortez: viveu e fez tudo o que quis!"


Famosidades

0 Comments: